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segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Padre Velho e o Preto Velho: Histórias de Mococa no Século XIX.

O primeiro italiano a fixar residência em Mococa foi o padre Lorenzo Evangelista Lamoglia em 1860, permanecendo até 1864. Mas não é sobre este personagem que irei tratar e sim de outro padre, o padre velho e seu fiel sacristão o preto velho.

Com a saída de padre Lorenzo, fora nomeado para assumir São Sebastião da Boa Vista o padre Joaquim Feliciano do Amorim Sigar. Já com mais de 40 anos de serviços dedicados ao catolicismo e 90 anos de idade. Daí a denominação popular de “Padre Velho”.

E foi durante o período em que se dedicou a batina na antiga Matriz velha, – local onde hoje esta localizada Igreja de Nossa Senhora do Rosário – que arrecadara fundos para implantar altares laterais e uma reforma geral na igreja. Mandara construir muros de pedra no cemitério localizado atrás da igreja – local hoje onde é a Biblioteca Municipal de Mococa. Também ficou proibido enterrar pessoas dentro da igreja e em seu entorno, salvo de algumas pessoas importantes que continuaram a ser enterradas durante mais algumas décadas.

Em 1880 o padre velho encerra as suas atividades quase cego e debilitado. Permanecera em Mococa, vendera a sua casa que havia recebido de doação e passou o fim de seus tempos em extrema miséria, sub-vivendo com recursos advindos de doações. Morrera com 120 anos de idade em 1886, informação contida no primeiro livro de notas da cidade.

O padre velho trouxe consigo 3 escravos. Sendo um deles conhecido como João de Amorim.O sobrenome do seu proprietário o padre velho. Era muito comum neste período os escravos receberem o mesmo sobrenome de seus donos. Mas popularmente conhecido como: João Estigarribia, o sacristão preto velho.

Preto velho possuía ótima retórica e era hábil com a cronologia de fatos históricos.Dizia ter sido escravo do Duque de Caxias e afirmara ter convivido com Dom Pedro II. Posteriormente serviu de sacristão a mais alguns padres após o afastamento e posteriormente morte do padre velho.

Preto velho sobrevivera a escravidão, foi liberto e continuara a se dedicar a sacristia, passando o fim de seus dias em extrema miséria assim como seu ex proprietário o padre velho. Morrera em 1897 com mais de 100 anos. Tendo sido encontrado com o corpo em decomposição e os amigos foram avisados para o sepultamento.

Breves relatos de Humberto de Queiroz na Obra: A Mococa de sua Fundação até 1900.

A história de personagens históricos, contada mesmo que previamente em alguns parágrafos valiosos para o resgate da história da cidade. Relatando o cotidiano do padre velho e do preto velho que marcaram a segunda metade do século XIX em Mococa.

Gustavo de Souza Pinto

(Bacharel, licenciado e Pós-graduado em História. UNESP-Franca)

http://lattes.cnpq.br/6467391538040938

Contato: clioprojetosculturais@gmail.com

2 comentários:

  1. Obrigada pela tua contribuição a vida cultural de Mococa, parabéns pela qualidade do Blog!!!!
    Um abraço Monica Ruiz

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  2. Agradeço os acessos e fico lisonjeado com os elogios. Conto com a colaboração e novos acessos sempre.
    Grato atenciosamente.
    Gustavo Pinto

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