Segundo a Bibliografia especifica do termo os historiadores:
“ O termo caipira expressa um modo de ser, um tipo de vida, nunca um tipo racial, restringindo-se a história paulista”. Segundo (CANDIDO, 1987).
“Caipira era o individuo nascido e criado fora da cidade. Geralmente trabalha em sua própria terra, mas quando isto não é possível, trabalha jornal, em terras de outros como camarada.Os homens, mulheres e crianças ditos caipiras ocupavam uma extensão de terra e lá ficavam suas benfeitorias e plantações, tiravam daí o sustento e elaboravam, em torno do rancho, um modo de viver, comer,acreditar e trabalhar, que não impediu sua articulação com o conjunto de sociedade.” (Pires,1922).
O português brasileiro regionalizado falado na divisa do Estado de São Paulo com Minas Gerais, onde se situa a cidade de Mococa. Tem um sotaque diferenciado e característico, com um falar popular diferenciado das demais regiões de ambos os Estados.
E como esta forma lingüística regional não convencional ao ser falada em outras regiões do país e principalmente na capital do Estado de São Paulo, sofre o estigma. Muitas vezes não é considerada correta, vista como feia e vulgar. Porém estudos como do sociolinguista Marcos Bagno, que afirma do ponto de vista da lingüística cientifica, não existe nenhuma diferença entre ”nós vamos” e nóis vai”. É óbvio que não se vai escrever dessa maneira, o que importa é que quem fala e quem escuta se compreenda.
Ocorre desta foram uma discriminação desta linguagem regional carregada de sotaques e expressões que ao ouvinte desavisado parece estranho e muitas vezes se confunde com algum dialeto.
Porem buscando compreender mesmo que superficialmente, como se constituiu a formação desta linguagem em uma mistura de português de Portugal com línguas indígenas, posteriormente com dialetos africanos e línguas européias como o italiano, espanhol e também árabe. Desta forma a linguagem regional se transformou paulatinamente com o decorrer do tempo.
Foi da fusão cultural que surgiu essa linguagem regional, considerada caipira. Carregada de preconceito esta rica linguagem regional heterogênea é fruto de costumes interioranos, musica típica, culinária, crenças e dentre outros fatores que caracteriza o porquê de se utilizar esta linguagem.
Bibliografia:
CANDIDO, Antonio.Os parceiros do rio Bonito: Estudos sobre caipira paulista e a formação dos seus meios de vida.7 Edição, São Paulo: Duas cidades, 1987.
FREITAS, Edgar. Mococa 100 de História, 1847-1947.Mococa,Gráfica Costal,1947.
PIRES, Cornélio. Conversas ao pé do fogo: Estudinhos, costumes, contos, anedotas e scenas da escravidão. São Paulo: Imesp, 1922.
QUEIRÓZ, Humberto de. A Mococa, de sua fundação até 1900. São Paulo: Tyo. Diário oficial, 1913.
Gustavo de Souza Pinto
(Bacharel, licenciado e Pós-graduado em História. UNESP-Franca)
http://lattes.cnpq.br/6467391538040938
Contato: clioprojetosculturais@gmail.com
Muito bom. É muito importante saber a origem da nossa língua, dos nossos costumes e da nossa cidade. Parabéns pelo texto.
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