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sábado, 2 de abril de 2011

Cine Mococa


Primeiramente gostaria de deixar claro que não pretendo demonizar nenhuma gestão de diretoria e nem mesmo endeusar a atual ou anteriores. Acredito que agora não seja hora de “culpabilizar” e sim de mobilizar e buscar revigorar o único cinema da cidade.

O cinema considerado templo incontestável do entretenimento. Desde seu surgimento muito antes da invenção da televisão, sempre ditou moda, incentivou a mudança de comportamentos, influenciando gostos, moldando os telespectadores por meio da emoção. Ou seja, além de templo do entretenimento se transformou no decorrer do tempo também em templo das emoções. Tornando Possível o exercício do estar junto, do compartilhar sentimentos, e de fortalecer os laços afetivos.


Uma coisa é fato, o patrimônio material sempre vai ser patrimônio material. Ou seja, o prédio do cine Mococa sendo cinema ou se transformando em templo religioso não vai deixar de ser lembrado como patrimônio material desde que não seja modificado a sua estrutura física. E às vezes as pessoas confundem isso, ou si quer entende o significado da palavra patrimônio. O que desapareceria seria a cultura do cinema, neste caso o “patrimônio imaterial”. Sendo assim o templo do entretenimento se transformaria em templo religioso como ocorrera na maioria das cidades interioranas. Os templos do consumo “shoppings” que abriga os tempos do entretenimento, “cinemas”. Acontece que no caso de Mococa, não existe o templo do consumo. Assim seria extinto o único templo do entretenimento. De pensar que em épocas áureas tivemos dois cinemas e ambos de casa cheia. O que ocorrera para tamanha degradação e falta de procura ? Busquemos compreensão através dos fatos.

Acontece que o tempo passa. As gerações mudam de mentalidade e o costume de ir ao cinema, paquerar, sair e ir a praça ver a banda tocar não faz parte da mentalidade dos jovens. É a geração tecnológica Orkut, MSN, face book, twitter... A geração liquida. O vinil foi substituído pelo CD, o VHS pelo DVD e agora já se fala em Blue Ray. Ou seja, as tecnologias são substituídas conforme as descobertas, umas ficam obsoletas e outras mais avançadas. Antes de um filme estar na telona já é possível baixá-los pela internet e colar a legenda. Porém não é a mesma coisa assistir em casa, o individualismo tomou conta da sociedade contemporânea. Para que se reunir no cinema se é possível falar com diversas pessoas pelo MSN? Pipoca só de microondas, os pipoqueiros foram aposentados ou trocaram de profissão, agora se tornaram vendedores de yogurt congelado.

Infelizmente o ser humano desde os primórdios só aprende a dar valor em determinadas coisas quando as perdem. No nosso caso ainda esta em tempo de valorizarmos antes que percamos o ultimo cinema da cidade e que fiquemos sem uma das poucas formas de entretenimento que ainda resiste no “sertão do pardo”.

Associe-se, freqüente o cinema. Convide familiares, amigos, leve as crianças, os idosos. E porque não a paquera, pois beijar no escurinho do cinema jamais vai ser démodé.

Gustavo de Souza Pinto

(Bacharel, licenciado e Pós-graduado em História. UNESP-Franca)

http://lattes.cnpq.br/6467391538040938

Contato: clioprojetosculturais@gmail.com

2 comentários:

  1. Acho lindo o cinema como peça histórica, Tudo bonito mas estão esquecendo do frequentador... as poltronas são horríveis, duras, sem conforto nenhum, antigas e com estofamento ruim, a imagem escura e sem definição, o som de qualidade duvidosa e os frequentadores na maioria das vezes mal-educados não param de falar e de usar celulares. Prefiro assistir 3d quando viajo ou assistir os filmes em casa mesmo onde não fico puto por ter pago ingresso para ficar discutindo.

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  2. ADOREI SEU COMENTÁRIO. MEU AVÔ, ZEZÉ LIPPI VIVEU SUA JUVENTUDE NO CINE MOCOCA, PASSOU PELA SALA DE PROJEÇÃO DE FILMES, QUANDO ERAM "ROLOS" DE FITAS, LANTERNINHA, E POR FIM, PORTEIRO.
    ATT.
    FABIANA LIPPI

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