Em um lapso o silêncio
é quebrado com a cantoria da igreja evangélica ou com a gritaria do vai
curintiá! O mesmo ópio com doses cavalares diferentes, usando muletas
semelhantes.
Como é triste presenciar o silêncio dolorido da criança
com sete anos de idade que contraiu HIV sofrendo abuso do padrasto. O silêncio
virtual é um luto contra a ignorância alheia que tomou conta das redes sociais.
O silêncio neste ambiente gera insatisfação, pois não postar, curtir e
compartilhar é considerado anomalia virtual, quase um pecado tecnológico.
Nem diálogos com os que se dizem entendidos é possível.
Pois estes não são capazes de conterem seu silêncio e vociferam superioridade
com retóricas contraditórias. A forma de exteriorizar o meu silêncio é a
escrita, que por sinal é lida por poucos. Pois esta geração esta habituada a
cento e quarenta caracteres.
Não se ensina aos gritos, mas aprende-se muito com o
silêncio. Aprendi as duras penas que o silêncio é sinônimo de indiferença, e
esta ultimamente anda fazendo toda diferença. Meu silêncio não me faz cúmplice,
assim como também não quer dizer que eu não esteja conspirando contra a própria
vida. Enfim, já dizia Confúcio. “O silêncio é um amigo que nunca trai”.
O silêncio é um direito que ultimamente deveria se tornar
um dever. Quebrar o silêncio deveria ser crime inafiançável. Condenado ao
silêncio eterno. Sartre afirmava que “O inferno são os outros” e são eles que
insistem a todo custo em violar o silêncio alheio. Afinal, para que gritar para
um mundo surdo? Gostaria de pedir apenas um século de silêncio !Im memorian do
próprio.
Joey é escritor
autodidata.
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