Com mãe, irmã e pai
encarcerados. Seu pai não era tão criativo e habilidoso, tanto que agora vivia em
meio a labirintos de grades. Bem cedo Ícaro criou asas para o crime e com 12
anos de idade saiu do orfanado e caiu direto na Fundação Casa. Quando a liberdade cantou bateu asas de lá e
viemos a nos encontrar.
Um dia em uma oficina de arte para ressocialização de
menores em liberdade assistida, estávamos transformando materiais reciclados em
instrumentos musicais. Um grupo de seis pessoas, eis que surge Ícaro com menos
de um metro e sessenta, franzino e de uma arrogância e prepotência sem limites.
- Vô fazer nada nessa porra. Quero ver quem vai me
obrigar!
Estava bicudo de farinha e pagando de herói para se auto
afirmar aos demais, só não esperava que os moleques conhecessem sua caminhada,
assim como eu tinha a capivara de todos eles. – Então ninguém tá te obrigando a
fazer nada, muito menos estar aqui. Se não tá a fim de pagar o que deve.
Levanta o pano de bunda e sai vazado. Até porque tô aqui pra livrar a cara de
vocês e defender o meu e não sustentar conversinha torta.
- Você sabe o que um menor pode fazer com este estilete
na mão tio? Tem amor na vida não?
- Então imagina um pirógrafo queimando, furando seu tímpano.
Vai cair e sangrar até a morte. Justifico legitima defesa, não vai ter ninguém chorando
no velório.
Após rizadas
intermináveis um dos moleques lançaram: - Aê encosta no sapatinho, quer chegar
chegando na banca. O Jhow tá livrando a nossa cara morô. Vem querendo tumultuar,
escutou o que não quer agora fica em choque e chora.
Pagava de ladrão com treze anos de idade, que tinha armas
e rodou por 157. Mas a real que agrediu menor e funcionários do orfanado e
depois rodou de aviãozinho na biqueira. Até no crime a mentira tem pernas
curtas e tava pagando de comédia ali. Ameaçou jogar cadeiras e tumultuar a
oficina, chamando atenção dos funcionários. Até que Caim: - Aê menor segura o
reggae! Tá pensando que isso aqui é o que? Não conhece ninguém e vem querer
crescer! Baixa a bola ou te passamos lá fora.
E assim Ícaro derramando lágrimas partiu em chamas.
Morrendo de vontade de me matar. E a oficina continuei a ministrar. Aprendi na
prática o ditado popular português. “Não se dá água a cavalo que não tem sede”.
Assim como não se ensina quem não quer aprender.
Joey é escritor
Autodidata
Salve ! brother joey o que falar disto ,pois sou suspeito em dizer pois eu sabendo quem você é e de onde veio só tenho que deixar meus sinceros Parabéns e agradecimento e o que está escrito acima é pra se pensar e refletir como não ser arrogante etc.... valeu !bacana seu artigo.
ResponderExcluirMuito bom seu artigo brother !pois sabendo quem você é e de onde veio meus sinceros Parabéns !
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