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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Ícaro em chamas!

Com mãe, irmã e pai encarcerados. Seu pai não era tão criativo e habilidoso, tanto que agora vivia em meio a labirintos de grades. Bem cedo Ícaro criou asas para o crime e com 12 anos de idade saiu do orfanado e caiu direto na Fundação Casa.  Quando a liberdade cantou bateu asas de lá e viemos a nos encontrar.
            Um dia em uma oficina de arte para ressocialização de menores em liberdade assistida, estávamos transformando materiais reciclados em instrumentos musicais. Um grupo de seis pessoas, eis que surge Ícaro com menos de um metro e sessenta, franzino e de uma arrogância e prepotência sem limites.
            - Vô fazer nada nessa porra. Quero ver quem vai me obrigar!
            Estava bicudo de farinha e pagando de herói para se auto afirmar aos demais, só não esperava que os moleques conhecessem sua caminhada, assim como eu tinha a capivara de todos eles. – Então ninguém tá te obrigando a fazer nada, muito menos estar aqui. Se não tá a fim de pagar o que deve. Levanta o pano de bunda e sai vazado. Até porque tô aqui pra livrar a cara de vocês e defender o meu e não sustentar conversinha torta.
            - Você sabe o que um menor pode fazer com este estilete na mão tio? Tem amor na vida não?
            - Então imagina um pirógrafo queimando, furando seu tímpano. Vai cair e sangrar até a morte. Justifico legitima defesa, não vai ter ninguém chorando no velório.
             Após rizadas intermináveis um dos moleques lançaram: - Aê encosta no sapatinho, quer chegar chegando na banca. O Jhow tá livrando a nossa cara morô. Vem querendo tumultuar, escutou o que não quer agora fica em choque e chora.
            Pagava de ladrão com treze anos de idade, que tinha armas e rodou por 157. Mas a real que agrediu menor e funcionários do orfanado e depois rodou de aviãozinho na biqueira. Até no crime a mentira tem pernas curtas e tava pagando de comédia ali. Ameaçou jogar cadeiras e tumultuar a oficina, chamando atenção dos funcionários. Até que Caim: - Aê menor segura o reggae! Tá pensando que isso aqui é o que? Não conhece ninguém e vem querer crescer! Baixa a bola ou te passamos lá fora.
            E assim Ícaro derramando lágrimas partiu em chamas. Morrendo de vontade de me matar. E a oficina continuei a ministrar. Aprendi na prática o ditado popular português. “Não se dá água a cavalo que não tem sede”. Assim como não se ensina quem não quer aprender.





Joey é escritor Autodidata

2 comentários:

  1. Salve ! brother joey o que falar disto ,pois sou suspeito em dizer pois eu sabendo quem você é e de onde veio só tenho que deixar meus sinceros Parabéns e agradecimento e o que está escrito acima é pra se pensar e refletir como não ser arrogante etc.... valeu !bacana seu artigo.

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  2. Muito bom seu artigo brother !pois sabendo quem você é e de onde veio meus sinceros Parabéns !

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