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terça-feira, 13 de julho de 2010

A Urbanização de Mococa

Inauguração da Igreja Matriz. Fonte: Museu Histórico Pedagógico Marques de Três Rios

Urbanização de Mococa

A cidade é uma paisagem que vale apreciar. E segundo o geógrafo Milton Santos: “Se não um local de relações sociais,culturais e econômicas, onde se cristaliza a vontade do progresso.A cidade é um fato histórico e geográfico, um cenário de mudanças que se exibem ostensivamente.” Já Oldenburg em um de seus escritos em 1961 afirmara: “Procurar a beleza onde não se pensa que esteja.” E o oficio do historiador é tirar leite de pedra, insistir até ao extremo na busca de fontes para procurar compreender os fatos históricos e não os julgar.

A urbanização da cidade de Mococa foi um processo que paulatinamente se desdobrou durante a segunda metade do século XIX e passou por um processo mais acelerado em meados das duas primeiras décadas do século XX. Progresso este que só foi possível graças ao capital adquirido na “Era Café”, como conceitua o historiador Capistrano.

O surgimento de prédios e edifícios da noite para o dia era noticiado nos jornais locais, ruas foram abertas e pavimentadas, e serviços públicos implantados, enquanto Ribeirão Preto apontada como a Califórnia Brasileira, Mococa era chamada de A Nova Iorque Brasileira.

Baseado nos moldes do modelo de higienização do Frances Barão de Haussmann: Grandes avenidas radiais, quarteirões quadrangulares,os boulevards arrematados por um ponto de mira qualquer. Todos modestamente disciplinados mas não seguidos a risca, passando por um abrasileiramento, já as praças e jardins geometricamente planejados.

A inauguração do serviço de iluminação elétrica se deu em 1905 e esta era sinônimo de beleza, alegria e justiça. Pelo fato de possuir iluminação publica a cidade deixaria de ser sertaneja e ficaria semelhante aos grandes centros. A tradicional “Companhia Luz e Força de Mococa” obtinha o monopólio dos serviços de manutenção e distribuição da energia em locais públicos e nas poucas residências de privilegiados a pagar pelo serviço.

Enquanto o serviço de água potável e esgoto, vieram a ser incipiente em meados de 1908, também por uma companhia privada formada por fazendeiros locais. Tais serviços eram prestados somente aos membros das elites devido a seus altos custos. Que foram comparados aos serviços prestados em Londres e Paris, estampados nas páginas dos jornais da época.

O centro passa por incrementos sistemáticos com a construção do mercado municipal, o Banco Regional de Mococa, a Câmara Municipal, Hotel terraço. As ruas vão sendo abauladas em seguida calçadas e iluminadas, os casarões construídos posteriormente ao entorno da Igreja matriz que fora construída em 1896.Com uma Arquitetura heterogênea:Renascentista,Neorenascentistas,neocolonial,Modernistas,neogótico,resultando em um cosmopolitismo arquitetônico fruto da florada civilizadora.

Com os desdobramentos do século XX muitos destes patrimônios passaram por um processo de transformação, por meio de reformas que os descaracterizaram. Enquanto outros se deterioraram com o tempo. Os centros históricos são livros ao céu aberto, museus ao céu aberto.Servindo de ações pedagógicas, turísticas, políticas econômicas e técnicas.

A luta pela preservação é um papel de todos. Pois se este patrimônio vier a desaparecer. A culpa não será apenas de autoridades e órgão envolvidos com a preservação. Mas sim de toda a população. Com diria o historiador Zygmunt Bauman: Todos serão cúmplices por omissão.

Gustavo de Souza Pinto

(Bacharel, licenciado e Pós-graduado em História. UNESP-Franca)

http://lattes.cnpq.br/6467391538040938

Contato: clioprojetosculturais@gmail.com

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