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sábado, 14 de novembro de 2015

Reflexões sobre uma tal “cena”!

É impressionante como a cena ultimamente vive de meras relações de interesses comuns, tocar e divulgar, criando relações entre si, coisificadas ou permeadas, por objetivos de consumo comum; gerando grupos sectários que praticam a exclusão de quem a este não pertence e ou discordam de suas ideias.
Podendo desaparecer o espirito de solidariedade orgânica da cena que deveria ser um dos atrativos do movimento, fadado a cair na maldição do tédio, não muito distante de alguns eventos que tais grupos insistem em ditarem as regras e julgarem aqueles que não fazem parte de seu meio. Tolhendo a liberdade alheia com discursos moralistas semelhantes a pastores neopentecostais: faça isso; não faça aquilo; isto é correto; aquilo é errado. Discurso panfletário superficial sem fundamentação, distante de convencer pessoas a se tornarem como elas.
Ocorre uma espécie de culto ao divino, a algumas bandas e pessoas consideradas Semideuses, detentoras de talento e verdades incontestáveis. Caindo por terra o discurso de anti-idolatria. Óbvio que não devemos generalizar, assim com também não devemos ter olhar negativo sobre o contexto geral; ainda encontramos uma minoria de pessoas envolvidas no espirito comunitário do faça você mesmo (D.I.Y).
Outro fato que intriga é a critica exagerada ao capitalismo, seguida da extrema contradição do consumo e idolatria ao fetichismo da mercadoria. Não valorizam CDR, CDR-pró e K7’s e supervalorizam CD’s industrializados.
Ficam aqui algumas indagações: onde esta D.I.Y? Autogestão? Conhecimento e circulação de ideias? Mutualismo? E tantos outros termos que ainda poderiam ser citados. Ao que tudo indica, estamos distantes de uma revolução na cena, quanto muito uma revolução social pregada por esta.
Não desisti da cena medíocre, não desanimei da cena nefasta, não desencanei da cena boçal. Este expressa a minha indignação em relação às transformações que presenciei nestes quase 20 anos envolvido, no que é rotulado de “cena”. Vale ressaltar que esta é construída por seres humanos e são estes repletos de contradições que a tornam melhor ou a faz definhar de vez.

Por: Joey, é escritor autodidata.

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