É impressionante como a
cena ultimamente vive de meras relações de interesses comuns, tocar e divulgar,
criando relações entre si, coisificadas ou permeadas, por objetivos de consumo
comum; gerando grupos sectários que praticam a exclusão de quem a este não
pertence e ou discordam de suas ideias.
Podendo desaparecer o
espirito de solidariedade orgânica da cena que deveria ser um dos atrativos do
movimento, fadado a cair na maldição do tédio, não muito distante de alguns
eventos que tais grupos insistem em ditarem as regras e julgarem aqueles que
não fazem parte de seu meio. Tolhendo a liberdade alheia com discursos
moralistas semelhantes a pastores neopentecostais: faça isso; não faça aquilo;
isto é correto; aquilo é errado. Discurso panfletário superficial sem
fundamentação, distante de convencer pessoas a se tornarem como elas.
Ocorre uma espécie de
culto ao divino, a algumas bandas e pessoas consideradas Semideuses, detentoras
de talento e verdades incontestáveis. Caindo por terra o discurso de
anti-idolatria. Óbvio que não devemos generalizar, assim com também não devemos
ter olhar negativo sobre o contexto geral; ainda encontramos uma minoria de
pessoas envolvidas no espirito comunitário do faça você mesmo (D.I.Y).
Outro fato que intriga
é a critica exagerada ao capitalismo, seguida da extrema contradição do consumo
e idolatria ao fetichismo da mercadoria. Não valorizam CDR, CDR-pró e K7’s e
supervalorizam CD’s industrializados.
Ficam aqui algumas
indagações: onde esta D.I.Y? Autogestão? Conhecimento e circulação de ideias? Mutualismo?
E tantos outros termos que ainda poderiam ser citados. Ao que tudo indica,
estamos distantes de uma revolução na cena, quanto muito uma revolução social
pregada por esta.
Não desisti da cena
medíocre, não desanimei da cena nefasta, não desencanei da cena boçal. Este
expressa a minha indignação em relação às transformações que presenciei nestes
quase 20 anos envolvido, no que é rotulado de “cena”. Vale ressaltar que esta é
construída por seres humanos e são estes repletos de contradições que a tornam
melhor ou a faz definhar de vez.
Por: Joey, é escritor
autodidata.
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